A revista Córrego pretende ser uma revista colecionável e polifônica, isto é, um espaço aberto a discussões, sem privilegiar trabalhos mais concordes às opiniões de seus editores, Gabriel Kolyniak e Tomás Troster. O fato de ser uma revista independente favorece esse aspecto, já que não se sujeita a imposições editoriais nem a conflitos de interesse. Sua distribuição se dá também de forma independente, associada ao evento Eléia Leu, e em sebos.

O segundo número, “Memória e esquecimento”, contará com a primeira versão em língua portuguesa do texto “O Sonho de Bismarck”, de Arthur Rimbaud. Trata-se de uma publicação recentemente redescoberta (2008) do poeta francês, que a escrevera em 1870, sob o pseudônimo Jean Baudry. Neste volume, contamos com outras duas contribuições internacionais: “We Were There”, de Josh Steinberg (Canadá-China), e “Carta al Editor”, de Edgardo Fernet (Argentina).

O poema de Roberta Ferraz, “Carta a Mário de Sá-Carneiro”, que abre a revista, reflete um longo convívio intelectual e afetivo da autora com a obra de Sá-Carneiro. Já o texto do grupo Exorcity discute a prática da pichação, com foco na recente intervenção em um mural de Di Cavalcanti no centro de São Paulo. Este texto ainda articula recortes da locução de Glauber Rocha para seu curta-metragem O Enterro de Di Cavalcanti. Estão presentes, também, fragmentos do romance experimental em processo de Walter Vetor, “Os Marjinais” (a grafia é proposital), o poema “Prometeu”, de Chiu Yi Chih (poeta chinês naturalizado no Brasil), epigramas de Alberto Marsicano, F? R! e Lucila de Jesus, um poema-experiência de Vic Barbosa, uma HQ-Montagem de Rômulo Alexis..

Continuamos também com as publicações de poemas de Júlio Bittar, pintor e poeta que cria seu ritmo singular em referência à dicção pré-modernista. Os editores também estampam alguns poemas, referentes às suas atuais pesquisas, e ainda um belo ensaio de Caio Souto, “Utopia e antropofagia”, que resgata pensamentos sobre a utopia que problematizam e dão novos sentidos a essa ideia. Há ainda outras contribuições, em vários gêneros e estilos. Trata-se, portanto, de uma revista focada em publicar escritores que, em plena atividade, vem ajudando a construir, ao longo da primeira década do século XXI, um contexto de produção literária cujos limites se expandem para além da cidade de São Paulo.

Conteúdo do número memória e esquecimento

 UMA CARTA A MÁRIO DE SÁ-CARNEIRO – Roberta Ferraz

WITHHOLDING COMPANIES – Anônimo

O SONHO DE BISMARCK – Arthur Rimbaud

ALGUMAS VARIAÇÕES SOBRE O TEMA DA UTOPIA – Caio Souto

EM PENSOS BAIRROS… – Gabriel Kolyniak

ALMACÉN – Tomás Troster

 EPIGRAMAS – de Alberto Marsicano, F? R! e Lucila de Jesus

ARREBOL NA ESCURIDÃO – Rogério Hadad

O CEMITÉRIO DO MEIO-DIA – Júlio Bittar

PROMETEU – Chiu Yi Chih

DESENHOS – Mariana Meloni

SÉCULO XX:… – Salsa

SONETO DA LEMBRANÇA – Cléber de Pinto

HORA – Preto Fernandes

ŠAKNIS,RADICE, RAÍCES – Paloma Prieto Ayres

ESTÁVAMOS LÁ – Josh Stenberg

EXORCIDADE – Exorcity

NÔMADES MANCHAS – Marcelo Maccaferri

ARCO TATRA-CORCOVADO – Slamovir Triglav

NISHT AHIN NISHT AHER (frag.) – Célia Igel Teitelbaum

OUÇ4 VOZ DO T3MPO – Rômulo Alexis

OL – Vic

CARTA AL EDITOR – Edgardo Fernet

FOTO – Julieta Benoit

Uma resposta para “”

  1. Madalena Says:

    fui e gostei. besos

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