Posted in Uncategorized on 23 maio, 2011 by agendamc

 

CACS: autogestionário, independente & o cacete

Um tanto da experiência vivida durante os anos de1983 a1992 no Centro Acadêmico de Ciências Sociais da PUC-SP entre vídeos, boletins, fotos e cartazes. A força livre destes anos transmitida a uma atualidade urgente.

A experiência autogestionária foi uma quebra de sintaxe na rigidez formal do movimento estudantil tradicionalmente ligado a centralidades, hierarquizações e entrelaçado aos partidos políticos. Nada de renúncia de si aguardando a utopia futura depois da revolução universal do proletariado. Nem a comodidade democrática que se anunciava. Apenas transbordamentos de novos costumes e estilos de vida a partir de uma estética política libertária diferenciada, singular, indisciplinar e desobediente, desdobrando em práticas anarquistas realizadas por estes jovens estudantes.

As amizades e intervenções, os happenings, pronunciamentos e enfrentamentos, somados a inéditos ruídos no espaço universitário vertiam humor, deboche, irreverência e dissolviam hierarquias, representações e a distinção entre fazer e pensar. Tratava-se de implodir as relações mais miúdas e de dar outras formas ao espaço universitário com existências livres de fronteiras.

Estes estudantes colocaram em tensão aquilo que era referente ao seu tempo, inventando espacialidades inéditas e o que mais coubesse na incandescência do instante. Invadiram reitorias, desafiaram Erasmo Dias, o Chefe da Segurança Pública, a censura, o monopólio da comunicação e onde sobrassem respingos de autoritarismos. Arquitetaram cursos com professores e participaram efetivamente de reformas curriculares do Curso de Ciências Sociais.

Muitas pessoas revolveram e viveram este espaço, algumas flertaram com esta experiência, e fizeram com que o Centro Acadêmico diluísse os limites da grade curricular e as convencionais normas institucionais.

Não há nostalgia dos estilhaços aqui exibidos.  A potência autogestionária deste acontecimento trouxe diferenciadas relações que incitam à pergunta: O que estamos fazendo da universidade hoje?

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O material exposto foi recolhido ao longo de minha pesquisa de Iniciação Científica, orientada pela Profa. Dorothea Voegeli Passetti, e que agora forma uma pequena coleção no Museu da Cultura PUC-SP, integrando o arquivo sobre a memória da Faculdade de Ciências Sociais.

 Wander Wilson Chaves Júnior

Posted in Uncategorized on 23 maio, 2011 by agendamc

Posted in Uncategorized on 29 abril, 2011 by agendamc

Exposição Arte Karajá

Posted in Uncategorized with tags , , , , , , , , , , , , , , , , on 24 março, 2011 by agendamc

OS  KARAJÁ

Sandra Lacerda Campos

Falantes da língua macro jê os Karajá são habitante seculares de regiões que margeiam o rio Araguaia, nos Estados de Goiás, Mato Grosso, Pará e Tocantins, com grande concentração na Ilha do Bananal, a maior ilha fluvial do mundo. Se autodenominam Inў (Inã), sendo o nome Karajá atribuído pelos índios Guarani, quando estes acompanhavam os portugueses nos primeiros anos da colonização.

A arte cerâmica no mundo Karajá é uma atividade exclusivamente feminina em que desde pequeninas as meninas observam suas mães, tias e avós a modelarem a argila em forma de potes, panelas e principalmente nas conhecidas bonecas e figuras, com os mais variados formatos e tamanhos.

A arte figurativa, denominada como Ritxokó, encena a vida cotidiana, religiosa, cerimonial e mitológica, além dos animais da fauna local. São figuras lúdicas que contribuem para a socialização das crianças, que enquanto brincam, reconhecem na dramatização os papéis sociais, as divisões de idade, cenas de parto, trabalho doméstico, entre outros. Além disso, apreendem o mundo supranatural presente na mitologia e representado nas pequenas figuras.

Entre 5 e 6 anos de idade as meninas ganham de presente um conjunto de bonecas composto por 10 ou 12 figuras, conhecido como “família”, representando avô, avó, recém nascido, criança pequena, pai e mãe, menino e menina pré pubertários,  fase de iniciação feminina e masculina, jovens solteiros. As diferenças de status são reconhecidas pela pintura corporal, pelo corte de cabelo e adereços.

Com a intensificação dos contatos com os não índios, chamados de Tori pelos Karajá, pois foram avisados pelo pássaro Toritori de sua chegada, o estilo das figuras tem se modificado. As Hankanaritxokó ou bonecas antigas eram confeccionadas com cabelo de cera, com formas exageradas, sem braços. Por volta da década de 1950, com influências do Serviço de Proteção ao Índio, as figuras foram ganhando outras formas, acrescentando membros mais definidos e cenas da vida cotidiana, para que tivessem maior valor de comércio. As bonecas antigas não se sustentam na posição em pé ou sentadas, não despertando muito o interesse de turistas que gostam de expor seus bibelôs. As bonecas modernas que geralmente são modeladas na posição sentadas aumentaram o seu poder de venda, fornecendo certa autonomia financeira aos Karajá, como propunha o SPI.

Até hoje não se conhece outro grupo indígena brasileiro que produz esse tipo de artefato, o que vem povoando acervos de museus nacionais e estrangeiros com essas curiosas figuras.

O exame de coleções de bonecas armazenadas em museus aliado à pesquisa de campo e as bases conceituais da antropologia, vem favorecendo a análise de conexões entre arte e sociedade, em que o objeto assume o testemunho de práticas sociais vinculadas à cultura de origem.

Nas inúmeras coleções museológicas analisadas não foi possível compor nenhuma “família” de bonecas, o que tornou a pesquisa de campo fundamental para a descoberta dessa informação, levando à compreensão da estrutura familiar Karajá e da dinâmica de mudanças ou permanências de várias esferas da vida social.

ARTE  KARAJÁ

Carmen Junqueira

Talvez uma faceta pouco conhecida do mundo indígena é a qualidade artística dos bens que as pessoas produzem e reproduzem no interior de suas comunidades. Ali paira no ar aquilo que Darcy Ribeiro expressou como sendo a vontade de beleza, que é o empenho em alcançar a perfeição. Corpo, mão e cabeça, treinados através das gerações, se dedicam a revelar o melhor de suas habilidades na elaboração da música, da dança, cestaria, adorno plumário, pintura corporal e cerâmica.

Uma característica importante dessa criação artística é o fato dela estar articulada estreitamente com a vida concreta das pessoas, seus valores e seus sonhos. É o que vemos nessa exposição de bonecas karajá em que as ceramistas, todas elas mulheres, cuidam de criar um objeto que satisfaça a necessidade lúdica das crianças, ao mesmo tempo em que transmitem a elas os símbolos e sinais da sua tradição. Nas bonecas igualmente estão representadas situações da vida cotidiana,  padrões estéticos que marcam o povo karajá,  sua vida ritual e visão mitológica do universo.

BONECAS-BRINQUEDO

Dorothea Voegeli Passetti

A família de 11 pequenas bonecas Karajá doada por Sandra Lacerda Campos ao Museu da Cultura não compõe apenas mais um item incorporado ao nosso acervo. Somos junto com o Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo, onde ela atua orientando e supervisionando pesquisas, a única outra instituição que guarda uma coleção completa destas bonecas, e que mostramos agora nesta exposição.

O conjunto de bonecas destinado a cada menina, usado como brinquedo, foi descoberto pela antropóloga durante pesquisa de campo realizada para seu doutorado, Bonecas Karajá, modelando inovações, transmitindo tradições, que orientei no Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciências Sociais da PUCSP.

Bonecas são brinquedos e como tal, inevitavelmente ensinam algo, aproximando crianças de habilidades para lidar com a vida. Com a preciosa família de bonecas de barro que as pequenas meninas recebem de suas avós ou outras mulheres aparentadas, elas aprendem a brincar de mãe, como qualquer menina, e por meio delas lhes é transmitida a organização da sociedade Karajá a partir de categorias de idade pelas quais todos os indivíduos passam durante suas vidas.

Os meninos participam das brincadeiras nas quais as crianças se familiarizam com as diversas categorias etárias e sociais através das pinturas nas bonecas, que reproduzem as marcas reais dos corpos masculinos e femininos. Quando as bonecas se quebram nas brincadeiras, elas não serão repostas. Considera-se simplesmente que preencheram suas funções.

Passou muito tempo para se desvendar este segredo entre os Karajá e isso foi possível devido à minuciosa pesquisa etnográfica realizada em vários períodos, aliada à busca de informações em registros de museus. Brinquedo efêmero, feito a partir de padrões estéticos tradicionais e rígidos pelas mãos das artistas (como é toda mulher Karajá, apesar de diferenças quanto às habilidades e aos talentos) o conjunto de bonecas refaz, pelas brincadeiras, a vida desta sociedade.


Posted in Uncategorized on 15 março, 2011 by agendamc

Posted in Uncategorized on 19 outubro, 2010 by agendamc

18 outubro – 12 novembro 2010 (remontagem)

 
A coleção Cinta Larga foi composta por Carmen Junqueira, entre os anos de 1979 e 1984, em Serra Morena, no Parque Indígena Aripuanã (Mato Grosso), com os presentes recebidos destes indígenas com os quais conviveu e que pesquisou. São 140 objetos, dois cadernos de desenhos e 120 fotos coloridas realizadas pela antropóloga. Compõem ainda a coleção 400 fotos p&b de Jesco von Puttkamer realizadas nos anos 1970, quando iniciaram-se as relações entre os Cinta Larga e os não-índios.

Com a primeira exposição de parte desta coleção, no saguão principal do TUCA, em 1991, o Museu da Cultura começou a ser mais que apenas uma idéia. Iniciou-se o processo para viabilizá-lo pelo Departamento de Antropologia da Faculdade de Ciências Sociais da PUC-SP, obtendo-se seu reconhecimento pelo Conselho Universitário, em 1994. Cinco anos depois o Museu da Cultura passou a ocupar o local atual, depois de transitar com esta exposição por diversas outras instituições universitárias e culturais.

A coleção Cinta Larga desencadeou o processo de criação do Museu da Cultura e firmou seu interesse em populações indígenas. Ela é uma bela, importante e rara coleção de um povo caçador, agricultor e guerreiro. Mostra a indumentária cerimonial composta de chapéu de pele de onça ou diadema de plumas e cinta de entrecasca de árvore, para os homens, e tembetá de resina vegetal usado por eles e as mulheres; um grande número de colares caprichosamente fabricados com contas de tucum e muitas vezes com detalhes de penas coloridas, dentes de macacos, unhas de onças e sementes, nos quais nota-se a incorporação de materiais estranhos pouco perceptíveis como plástico colorido e alumínio, também elegantemente moldados na forma das contas e introduzidos nos colares em intervalos precisos.

Os homens carregam seus arcos e as flechas; parte delas adornadas com um delicado trançado de pêlo de caititu, muito apreciado como alimento, item importante em rituais e marcante na mitologia. Entre os instrumentos femininos há os fusos para fiar algodão e com seus fios tecer objetos como a rede, a tipóia para carregar bebês, braçadeiras e munhequeiras; potes de cerâmica e cestos com tampa, sem decoração. Duas imponentes casas de marimbondos e um cogumelo defumador fecham a coleção de objetos.

As fotografias de Carmen Junqueira registram as técnicas de produção e atividades coletivas, mas nesta mostra elas não estão disponíveis. Uma seleta de fotos de Jesco von Puttkamer aqui exibidas registram os momentos iniciais de chegada de grupos Cinta Larga atraídos pelo posto indígena. Completa a iconografia uma foto ampliada, de 1974, com a vista aérea da aldeia de Serra Morena com uma grande maloca e um abrigo. A coleção de fotos introduz o observador ao uso de adereços cerimoniais, dos colares, dos tembetás, sempre obrigatórios em momentos formais, e a crianças sorridentes e brincalhonas. Por fim, um menino se diverte com um escafandro abandonado à beira do rio, objeto de garimpo antigo de diamantes, sinalizando para o trágico que ocorrerá algumas décadas mais tarde.

ficha técnica

produção e montagem: Aila Villela Bolzan, Sofia Amaral Osório, Wander Wilson

colaboradora de curadoria: Sandra Lacerda Campos ·

curadoria e supervisão geral:  Dorothea Voegeli Passetti.

Posted in Uncategorized on 27 setembro, 2010 by agendamc

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A Instituição Universitária desempenha importantes papéis na comunidade e na formação de cada cidadão. Entre eles: o conhecimento, a reflexão, a maturidade intelectual e da persona, como indivíduo. Um dos caminhos da vida universitária é conhecer a arte e fazer com que ela o corrompa, apresentando novas formas de viver, amar, sentir, refletir, emocionar e comunicar a vida. E, através dela, fazer com que o indivíduo nunca mais seja o mesmo. Com esse propósito, estamos comemorando os 171 anos da descoberta da fotografia, com uma exposição cujo tema é A Autorrepresentação.

 

Os fotógrafos/artistas fazem parte, ou fizeram, do corpo discente da PUC-SP e se esforçaram para desenvolver sua linguagem pessoal e técnica. Os ensaios fotográficos estão inseridos em três categorias: uns intimistas, outros com uma exposição maior do EU e outros, ainda, espelhando-se nos entes queridos.

 

O “Dia da Fotografia” foi criado com este propósito: fazer com que as pessoas reflitam e conheçam a arte fotográfica, através do próprio suporte fotográfico e por meio de palestras de profissionais da área, como fotógrafos, artistas, pesquisadores e professores, que esclareçam o que é a imagem fotográfica. E nada melhor que a PUC-SP para patrocinar esse evento.

 

Agradeço desde já aos fotógrafos que se empenharam na mostra, ao Museu da Cultura, que permitiu plasmar nossas idéias, e aos palestrantes que transmitem seus conhecimentos e experiências.

 

 

Célia Mello – Professora do Departamento de Jornalismo

 

Posted in Uncategorized on 24 agosto, 2010 by agendamc

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